sexta-feira, 15 de abril de 2011

O QUE É A CIBERCULTURA?


A cibercultura é a relação entre as tecnologias de comunicação, informação e a cultura, emergentes a partir da convergência informatização/telecomunicação na década de 1970. Trata-se de uma nova relação entre tecnologias e a sociabilidade, configurando a cultura contemporânea (Lemos, 2002).
O princípio que rege a cibercultura é a “re-mixagem”, conjunto de práticas sociais e comunicacionais de combinações, colagens e cut-up de informação a partir das tecnologias digitais. As novas tecnologias de informação e comunicação alteram os processos de comunicação, de produção, de criação e de circulação de bens e serviços.
Caracteriza a cibercultura três leis fundadoras que vão nortear os processos de re-mixagem, são elas:
1. A liberação do pólo da emissão: “Pode tudo na internet”, “tem de tudo na internet”.
2. O princípio de conexão em rede: “a rede está em todos os lugares”, ou como dizia a publicidade de “Sun System”, “o verdadeiro computador é a rede”. Essa lei é o princípio de conectividade generalizada, iniciou com a transformação do PC (computador pessoal), em CC (computador coletivo), com o surgimento da Internet e o atual CC móvel (computador coletivo móvel), era da computação pervasiva com a explosão dos celulares e das redes Wi-Fi. Tudo comunica e tudo está em rede: pessoas, máquinas, objetos, monumentos, cidades…
3. Reconfiguração (entende-se a idéia de remediação, mas também a de modificação das estruturas sociais, das instituições e das práticas comunicacionais) de formatos midiáticos e práticas sociais: “tudo muda, mas nem tanto”.
Na cibercultura, novos critério de criação, criatividade e obra emergem, consolidando, a partir das últimas décadas do século XX, essa cultura remix (possibilidade de apropriação, desvios e criação livre), que começam com a música, com os DJ’s no hip hop e os Sound Systems, a partir de outros formatos, modalidades ou tecnologias, potencializados pelas características das ferramentas digitais e pela dinâmica da sociedade contemporânea. BBC mostra como a “ciber-cultura-remix” está em expansão através dos blogs, podcasts, sistemas P2P, obras artísticas e softwares livres.
A cibercultura tem criado o que está sendo chamado de “mídia do cidadão”, onde todos são estimulados a produzir, distribuir e reciclar conteúdos.
As expansões da cibercultura potencializam o compartilhamento, a distribuição, a cooperação e a apropriação dos bens simbólicos.
A área acadêmica também tem se esforçado neste contexto, no que se refere a sinergia das causas tecnológicas e efeitos sociais e vive-versa.
A batalha para conquista do espaço ainda está longe de acabar, porém, os cidadãos virtuais já estão produzindo conteúdos pelos princípios da liberação da emissão, da conexão generalizada e da reconfiguração da indústria cultural, o que parece ser um caminho irreversível na atual cibercultura, como afirma o DJ Spooky.
  Caroline Diel e Giovana Basso!

Um comentário:

  1. Chamou minha atenção uma das três leis fundadoras que vão nortear os processos de re-mixagem: A liberação do polo da emissão: “Pode tudo na internet”, “tem de tudo na internet”. Hoje com as leis do ciberespaço vejo que pensamos que tudo pode no entanto as regras estão sendo posta e burladas a todo momento, seja pela falta de conhecimento ou escolha livre. De fato tem de tudo do licito ao ilícito, e no processo educativo cabe aos educadores deixar claro como usar esse espaço de forma responsável. Gostei muito desse conceito de “mídia do cidadão” porem me pergunto até que ponto estamos instrumentalizados pera viver essa realidade? A maioria hoje é consumidor de informações, copiadores de conteúdos, barrados no baile da livre internet.

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